Crise financeira em países emergentes é "inevitável"
A China será capaz de evitar uma crise financeira que deve atingir os países em desenvolvimento nos próximos cinco a dez anos, afirmou um conselheiro do banco central chinês neste sábado.
Li Daokui disse que economias emergentes como Brasil e Índia enfrentam deficits fiscais e bancários e que a crise seria "inevitável", segundo informação no site da revista Caijing (www.caijing.com.cn).
"A China vai desempenhar um papel muito importante durante a consolidação fiscal. Mas tal crise não chegará à China porque o país é bem diferente da maioria dos outros desenvolvidos ou em desenvolvimento", disse ele.
O dólar, o euro e o ien devem enfrentar maior pressão no médio a longo prazo, acrescentou Li.
Reportagem: Aliver Souza
Pode faltar carros em 1 mês, diz associação de importadores
O presidente da Abeiva (associação importadoras de veículos), José Luiz Gandini, prevê que a partir das próximas semanas alguns modelos trazidos da Argentina e de outras localidades já comecem a faltar em concessionárias do país.
Desde terça-feira, os importadores devem pedir licenças de importação não automáticas, após o governo impor barreiras para dificultar a vinda de carros fabricados no país vizinho. As licenças somente serão expedidas após técnicos do governo analisarem as solicitações e, com isso, podem demorar por até 60 dias.
"O governo decidiu impor barreiras às importações sem nos avisar, sem discutir. Ao impedir a emissão de licenças automáticas, todas as importações, e não só as da Argentina, são prejudicadas", diz o executivo.
"É correta a decisão do governo de reagir a medidas protecionistas que contrariam acordos bilaterais. Mas não se pode afetar empresas, que, em seu conjunto, recolherão mais de R$ 5 bilhões em impostos. São 27 mil trabalhadores brasileiros empregados em 771 concessionárias associadas à Abeiva."
Gandini diz que as importadoras asiáticas podem começar a ter problemas de abastecimento em um prazo de 30 dias.
"Demora em média um mês para os carros chegarem ao país. E não podemos deixar navios parados em portos espalhados pelo mundo, pagando pelo custo diário desse transporte, sem saber em quanto tempo o governo brasileiro começará a liberar as guias de importação."
Ele também diz que os portos não têm capacidade para ficar "estocando produtos". "Ou você embarca os produtos e despacha ou vai começar a causar problemas nos portos."
INCERTEZAS
Para associação, que representa 30 marcas internacionais estabelecidas no país, o mais importante agora é saber se o governo vai começar a autorizar já a liberação das guias de importação.
"Somente hoje [ontem] recebemos um telefonema da Secex [Secretaria de Comércio Exterior] confirmando que, sem a licença, não podemos embarcar carro de qualquer lugar do mundo para o Brasil. E que novos embarques feitos a partir do dia 10 precisam das novas guias e de diferimento [dos técnicos]. O problema é saber se a autorização sairá na semana que vem", afirma.
Para Gandini, houve uma falha grosseira de informação. "Não podíamos ter sido pegos de surpresa. Se as guias que temos não valem mais desde terça-feira, como ficam as empresas?"
"No caso da Kia, estou mandando e-mail para a matriz para segurar os embarques até que se tenha essa questão da guia definida", diz Gandini, que além de presidir a Abeiva, preside a Kia Motors no Brasil.
CONTRAPONTO
Para o diretor-superintendente da Jato Dynamics do Brasil, Luiz Carlos Augusto, as medidas adotadas não vão prejudicar o consumidor nem afetar o mercado intermo.
"Se considerarmos por marca, por modelo e por versões existem hoje no país, há 900 diferentes veículos, à disposição do consumidor. São muitas alternativas, se ele não encontra um modelo parte para outro", diz o consultor.
"A atitude do governo foi focada na Argentina, não há um bloqueio generalizado que trará impactos ao mercado interno", opina.
ANFAVEA
A Anfavea, que reúne as montadoras que têm fábrica no país, não sabia informar ontem a quantidade de embarques parados da Argentina para o Brasil e que montadoras estavam com modelos parados na fronteira.
O jornal argentino "Clarín", porém, informou que 2.000 automóveis aguardavam liberação na fronteira para entrar no Brasil desde terça-feira.
A associação prefere aguardar os próximos dias para se pronunciar sobre a questão e informa que é esperado que, em função da mudança no sistema de liberação de licenças de importação, exista algum refexo na quantidade de veículos trazidos principalmente da Argentina.
As montadoras terão de se reprogramar para adequar as importações, o que deve levar tempo, informa a associação, por meio de sua assessoria de impresa.
PARCEIRO COMERCIAL
A Argentina é o principal parceiro comercial do Brasil no setor automobilístico. Do total de 193.024 veículos importados pelo Brasil no primeiro trimestre deste ano, 42,2% vieram da Argentina, ou 83.791.
GM, Toyota e Mercedes-Benz não quiseram comentar a informação de que havia 2.000 veículos parados na fronteira com o Brasil, esperando autorização para entrar no país, conforme noticiou o jornal "Clarín".
O grupo Hyundai Canoa informou que ainda é "cedo" para avaliar a medida para dificultar as importações e que não será afetado. Segundo o grupo, das 9.290 unidades da marca vendidas no país em abril, 5.000 foram fabricadas em Anápolis (GO).
"A tendência é que o grupo diminua as importações e aumente a produção local cada vez mais", informou.
Reportagem: Romulo Marques
Brasil recebe 5,1 mi de turistas em 2010, 7% mais que em 2009
O Brasil recebeu 5,16 milhões de turistas estrangeiros em 2010, informou o ministério do Turismo nesta sexta-feira (15). Isso representa um aumento de 7,5% em relação a 2009, quando 4,8 milhões de estrangeiros vieram ao país. Mais de um quarto dos visitantes, em torno de 27%, são turistas de negócios.
A vizinha Argentina havia anunciado em fevereiro que recebeu em 2010 seu recorde histórico de 2,64 milhões de turistas, cerca da metade do total brasileiro.
Mas o campeão mundial em recepção de turistas é a França, com cerca de 80 milhões por ano. Ela é seguida pelos EUA, Espanha e China, que recebem entre 55 e 50 milhões, de acordo com dados da Organização Mundial de Turismo (OMT).
PRINCIPAIS EMISSORES
Os principais países emissores de turistas ao Brasil foram: Argentina, com 1,4 milhões (27% do total); Estados Unidos, com 641 mil (12% do total); Itália, com 245 mil; Uruguai, com 228 mil; e Alemanha, com 226 mil.
Em seguida, vêm Chile, com 200 mil; França, com 199 mil; Paraguai, com 194 mil; Portugal, com 189 mil; e Espanha, com 179 mil.
Países da América do Sul foram os que mais contribuíram para o resultado. Deste subcontinente, eram 2,09 milhões de turistas em 2009, número que cresceu para 2,38 milhões em 2010, crescimento de 13,78%. Considerando só a Argentina, o aumento foi de 15,56% sobre 2009.
Os turistas norte-americanos também estão visitando mais o Brasil. Em 2010, houve aumento 6,25%, subindo de 604 mil visitantes, em 2009, para 641,3 mil, no ano passado.
Reportagem: Luiz de Cássio
Receita alerta para fraudes com títulos da dívida pública brasileira
Os contribuintes não podem usar títulos públicos brasileiros do início do século 20 para obter descontos no pagamento de impostos e de contribuições à Previdência e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A Receita Federal emitiu comunicado esclarecendo que esses papéis não têm mais validade e que escritórios de advocacia que oferecem o serviço cometem fraude.
Segundo o Fisco, esse artifício foi usado para contestar cerca de R$ 200 milhões em dívidas informadas na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federal (DCTF) e aproximadamente a mesma quantia na Declaração Anual do Simples Nacional. As empresas estão sendo intimadas a regularizar imediatamente todos os débitos, sob pena de serem denunciadas ao Ministério Público e inscritas na Dívida Ativa da União.
De acordo com a Receita, as apólices de títulos da dívida pública interna e externa emitidas com base em uma lei de 1903 e um decreto de 1910 perderam a validade no fim da década de 1960. Dois decretos-lei – um de 1967 e outro de 1968 – anteciparam o vencimento e estabeleceram datas-limite para o resgate desses papéis.
Em relação aos títulos da dívida externa emitidos por estados e prefeituras em 1943, a Receita esclarece que o resgate, se ainda for válido, pode ser feito somente no exterior, em libras ou dólares. Além disso, não há previsão legal para esses papéis serem usados para quitar tributos federais.
Segundo o comunicado, alguns escritórios de advocacia oferecem a possibilidade de extinção de créditos tributários (impostos e contribuições devidas) declarados na DCTF, na Declaração Anual do Simples Nacional e na Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP). A Receita informou ainda que a Justiça tem reiteradamente decidido pela prescrição dos títulos públicos e vedado o uso desses papéis como garantia para o pagamento de dívida fiscal.
Reportagem: Marcos Cunhá
55% da população urbana vê filmes piratas no Brasil
Mais da metade dos brasileiros residentes em áreas urbanas veem filmes piratas, revela levantamento inédito da Associação Cinematográfica dos EUA (MPAA, na sigla em inglês).
O foco principal do estudo são as perdas ocasionadas pela pirataria na economia durante doze meses até o terceiro trimestre de 2010. De acordo com a pesquisa, a compra de DVDs falsificados é a modalidade mais comum, praticada por 45% da população urbana.
Segundo estimativas da MPAA, 456 milhões de unidades de filmes piratas circularam no país no período da pesquisa. O consumo ilegal de filmes ocasionou, por estes cálculos, perdas diretas de R$ 4 bilhões ao setor cinematográfico no país.
O estudo aponta que, por conta da pirataria de filmes, o Brasil deixou de arrecadar R$ 976 milhões em impostos e, se contabilizadas as perdas indiretas, o país teve extraído de seu PIB R$ 3,5 bilhões.
Ainda nas contas da indústria cinematográfica, os danos diretos e indiretos da pirataria à economia podem ser traduzidos na perda de 92 mil empregos no período de um ano.
Realizado a pedido da própria MPAA, que representa os maiores estúdios do planeta, o estudo desconsiderou no balanço das perdas a porcentagem de entrevistados que disseram ter assistido a cópias legais após verem versões piratas (18%).
Segundo a MPAA, 52% dos brasileiros disseram que teriam visto o filme em sua verão legal caso não houvesse a opção pirata.
Pesquisa divulgada pela Federação do Comércio na última terça-feira mostrou que apenas 28% dos brasileiros foram ao cinema em 2010.
PESQUISA
O estudo foi conduzido pelo instituto de pesquisa Ipsos e pela consultoria Oxford Economics. A MPAA promoveu levantamentos idênticos em países da Europa, Ásia e América do Norte -apenas Canadá e Austrália tiveram seus resultados divulgados por enquanto.
No Brasil, foram ouvidas 3.005 pessoas com idades entre 18 e 64 anos. Foi considerado pirataria o ato de assistir a um filme por meio "não autorizados", incluindo download, streaming (transmissão on-line), transferência de cópias piratas de um computador para o outro e até mesmo pegar emprestado filmes piratas.
São representados pela MPAA os estúdios Disney, Sony Pictures, Universal Studios, Warner Brox, 20th Century Fox e Paramount Pictures.
Reportagem: Marció Cabral
FCO aquece a economia de Mato Grosso com açoes itinerantes
O Fundo Constitucional de Financiamentos (FCO-Itinerante) será realizado em 16 municípios mato-grossenses. O objetivo é divulgar a linha de financiamento. Desde 2008, quando as palestras itinerantes começaram a ser realizadas houve um aumento considerável nos recursos liberados. Só neste primeiro trimestre o FCO já aprovou 725 cartas consultas, que geraram um investimento de aproximadamente R$155 milhões para Mato Grosso. O FCO é uma das linhas de financiamento oferecida pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Indústria Comércio Minas e Energia (Sicme). No ano passado pelo menos 19 municípios receberam o FCO Itinerante. “É um recurso para os micro e pequenos empreendedores que transforma a economia dos municípios. Um exemplo é Alto Taquari que tinha apenas um hotel e com o FCO ganhou pelo menos mais três empreendimentos neste segmento”, conta o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf. Além desse há dezenas de outros municípios como Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Colider e outros. Em 2009 pelo menos 3.272 empresas foram beneficiadas pelo FCO. Já em 2010 esse número aumentou para 3.874, ou seja, 602 empresas a mais que em 2009. O aumento no valor liberado também foi expressivo. De R$ 342.887 milhões em 2009 para R$ 502.769 milhões em 2010, ou seja, pelo menos R$ 200 milhões a mais. Nadaf ressalta que na última reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Empresarial (Cedem), realizada essa semana, foram aprovadas 11 cartas consultas. Os recursos de aproximadamente R$ 11 milhões atenderão solicitações de empresas em 10 municípios incluindo Matupá, Sinop, Tapurah, Arenápolis e Paranatinga. Como todos os anos dezenas de projetos de financiamento são aprovados, beneficiando diretamente os empreendedores, também acontece anualmente uma reunião para avaliação dos trabalhos. Neste ano a reunião aconteceu em Cuiabá, no Banco do Brasil - Auditório da Superintendência de Negócios Varejo, com o Governo de Mato Grosso. O grupo avaliou o trabalho de 2010, discutiu as perspectivas para 2011 e definiu os municípios que receberão o FCO – Itinerante. “O objetivo das visitas é ouvir o empreendedor para que possamos melhorar o acesso ao crédito”, ressalta o diretor de Promoção e Investimentos do Ministério da Integração Nacional, Cleber Ávila, Com os assuntos em discussão a intenção também é incrementar o volume de recursos destinados às diversas atividades econômicas, com geração de emprego e renda, consequentemente aumentando a demanda por investimento de longo prazo em Mato Grosso. O FCO atende mini, micro, médio e grandes empresas e as perspectivas para esse ano são: A intensificação da divulgação do FCO, melhoria do tempo de resposta; criação de linhas de financiamentos de ciência e tecnologia com foco em inovação; priorização de projetos que visam a conservação e a proteção do meio ambiente e a recuperação de áreas degradadas, entre outros serão executados. “As condições de financiamentos e a divulgação desta linha está sendo o grande atrativo para os empresários”, diz a Coordenadora – Geral do FCO, Hélen Cássia Nunes e Silva. O principal objetivo do FCO é contribuir para o desenvolvimento econômico e social da Região Centro-Oeste, mediante financiamentos direcionados às atividades produtivas, voltados aos setores econômico industrial, agroindustrial, agropecuário, mineral, turístico, comercial e de serviços. A área de atuação do FCO abrange o Distrito Federal e os Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O Fundo é administrado pelo Ministério da Integração Nacional, pelo Banco do Brasil - como agente financeiro - e pelo Conselho Deliberativo do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (Condel-FCO). MUNICÍPIOS ONDE SERÁ REALIZADO O FCO ITINERANTE
Alto Taquari
Carlinda
Castanheira
Cláudia
Cotriguaçu
Campo Verde
Guarantã do Norte
Juruena
Lucas do Rio Verde
Nortelândia
Nova Monte Verde
Querência
Ribeirão Cascalheira
Rondonópolis
Sinop
Sorriso
Sapezal
Tabaporã
Reportagem: Marcos Ari